Comunidades Tradicionais e Indígenas
12 de Junho de 2025 às 21h36
Evento em Belém (PA) debate o direito à consulta prévia de povos tradicionais frente ao mercado de carbono
Diálogo será na próxima terça-feira (17), às 9h, na sede do MPF; evento é promovido pela organização Terra de Direitos em parceria com o MPF
Foto por rchphoto/Canva
Na próxima terça-feira (17), será realizado, na sede do Ministério Público Federal (MPF) em Belém (PA), um evento presencial para discussão da efetivação do direito à consulta prévia de povos e comunidades tradicionais diante da proposta, pelo governo do Pará, de implementação de Sistema Jurisdicional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+) Jurisdicional no estado.
O encontro, que será realizado pela organização Terra de Direitos em parceria com o MPF, ocorre a partir das 9h, e marca o lançamento de uma nota técnica elaborada pela Terra de Direitos sobre o tema. A sede do MPF em Belém fica localizada no bairro do Umarizal.
Confirme presença no evento aqui.
Às vésperas da Conferência sobre Mudanças do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 30), que será realizada em Belém em 2025, o evento visa fornecer uma leitura crítica sobre a proteção do direito à consulta e ao consentimento prévia de povos e comunidades tradicionais no contexto de crescente transformação dos recursos naturais em ativos financeiros, como ocorre no mercado de créditos de carbono jurisdicional.
O direito à consulta prévia, livre e informada e de boa-fé está previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho e foi regulamentado no Brasil em 2004. A norma jurídica assegura que povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais devem ser ouvidos e participem, segundo seus próprios protocolos e formas de organização, de decisões que possam impactar seus modos de vida e territórios.
Rito próprio – “O Pará possui uma diversidade de povos e comunidades tradicionais que serão diretamente afetadas pela implantação do Sistema Redd+ Jurisdicional no estado. Por isso, é de fundamental importância que todos esses povos sejam consultados adequadamente nos termos da Convenção 169 da OIT. A realização da consulta livre, prévia e informada tem um rito próprio, que deve considerar o tempo, a forma, o modo organizativo e legítimo de cada povo. É sobre isso que queremos debater na atividade”, destaca a assessora jurídica da Terra de Direitos Selma Corrêa.
Selma explica que a nota técnica levanta questões essenciais que devem ser observadas na aplicação da consulta e consentimento prévio para que o sistema de Redd+ do Pará funcione como uma política climática sem impacto aos povos tradicionais.
Diante de um momento decisivo para o Brasil no enfrentamento a crise climática, o debate sobre a proteção dos direitos de povos e comunidades tradicionais é fundamental. Políticas como Redd+ Jurisdicional do Pará precisam assegurar a efetivação e proteção desse direito, sem gerar impactos negativos à autonomia, à governança dos territórios e aos modos de vida e de se relacionar que povos tradicionais possuem com o meio ambiente.
O sistema – O Sistema Estadual de Redução de Emissões Provenientes do Desmatamento e Degradação Florestal tem sido elaborado pelo governo do Pará e é um mecanismo financeiro que visa compensar financeiramente povos e comunidades tradicionais pela redução das emissões dos gases que causam o efeito estufa e as mudanças climáticas, especialmente os provenientes do desmatamento e da degradação da floresta.
O governo pretende implantar o sistema considerando todo o Estado do Pará (por isso, jurisdicional) e integrar territórios indígenas, quilombolas e reserva extrativistas. Portanto, a consulta prévia, livre e informada aos povos tradicionais deve ser garantida de maneira adequada.
Em setembro de 2024, o governador Helder Barbalho assinou um acordo bilionário para a venda antecipada de créditos de carbono com a uma coalização composta pelos Estados Unidos, Reino Unido, Noruega e Coreia do Sul e grandes corporações mundiais, como a Amazon, a Bayer, a BCG, a Capgemini, a H&M Group e a Fundação Walmart. O acordo tem sido questionado pelo MPF na Justiça por violar a lei que regula o mercado de carbono no Brasil e o direito à consulta, entre outras questões.
Lançamento de nota técnica e debate sobre consulta prévia e Redd+ Jurisdicional
Quando: terça-feira, 17 de junho, às 9h
Onde: sede do Ministério Público Federal – Belém (PA)
Endereço: rua Domingos Marreiros, 690, bairro do Umarizal
Formulário para confirmação de presença: acesse aqui
Com informações da organização Terra de Direitos
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Atendimento à imprensa em dias úteis: prpa-ascom@mpf.mp.br
Atendimento à imprensa aos finais de semana e feriados WhatsApp (91) 98402-2708
Para envio de representações (denúncias) ao MPF, protocolo de documentos ou acesso a outros serviços aos cidadãos: www.mpf.mp.br/mpfservicos
Mais informações:
mpf.mp.br/pa
twitter.com/MPF_PA
instagram.com/mpf.pa
mpf.mp.br/pa/youtube
instagram.com/mpf_oficial
youtube.com/canalmpf
facebook.com/MPFederal
linkedin.com/company/mpf-oficial
Fonte MPF